Blue Living - Be water my friend..

...mais do q pessoal, reflexoes sobre a crescente desumanidade social e sobre as nossas lendas pessoais...a minha? o mar!

quarta-feira, julho 07, 2004

O Nó do Afecto
Numa reunião de pais, numa escola da periferia, a directora salientava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes também, que estivessem presentes o máximo de tempo possível.
Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.
Mas a directora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana. Quando saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava a dormir. Quando voltava do serviço era muito tarde e o garoto já não estava acordado. Explicou ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Contou também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava redimir-se indo beijá-lo todas as noites quando chegava a casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado.
O nó era o meio de comunicação entre eles.
A directora ficou emocionada com aquela singela história. E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
O facto faz-nos reflectir sobre as muitas maneiras que as pessoas têm de estarem presentes, e de comunicarem com os outros.
Aquele pai encontrou a sua, que era simples, mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afectivo, o que o pai lhe dizia.
Por vezes, importamo-nos tanto com a forma de dizer as coisas que esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento.
Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.
É bom que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam e sintam isso.
Para que haja comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afecto, os sentimentos falam sempre mais alto que as palavras.
É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afecto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.
As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas sabem perceber um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afecto e carinho.
Autor desconhecido,