Abismo meu, abismo eu...
Tenho escavado em mim um abismo sem fundo, de querer e vontade.
Coisa oculta, só denunciada em alguns instantes...Sempre pensei que fosse melhorando depois da maior idade...
Mas não melhorou. Piorou. Apoderou-se de mim. Possui-me até ao limite da minha sanidade.
Percorre-me as artérias como fervente sangue pulsante, lava de vulcão, seiva do planeta.
Carrego hoje, mais do que nunca, esta fome do teu infinito, de te absorver os sonhos e misturar-me neles.
Este desejo que em vez de envelhecer e morrer, cresce! E como eu queria tanto que morresse...e eu com ele... Ter paz, diluir-me no nada e aplacar esta tempestade que não me deixa descansar.
Visto tantas peles, formas, abusos. Dou até nome aos vícios e a vida continua a ser esta piada tão séria?
O tempo promete mas não entrega os dias que desfaço em segundos tentando ser normal.
A tua falta é ferrugem que corroi qualquer fundação, e não há memória que resista...nem futuro a que possa pertencer.
Abismo meu, Abismo Eu, quando é que me uno ao céu?
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