Don´t Stop the Dance
" Se ele ou ela não te faz borboletas na barriga...bem, então é porque não vale a pena" - Sabedoria Popular Primaveril
Quando eu tinha 16 anos, acreditava em Magia. Acreditava que um amor devia ser tão simples e intenso que cresciam borboletas dentro da minha barriga.
Hoje tenho 31 e continuo a acreditar no mesmo.
Essa tal Magia, tem sido a minha maldição. Porque ninguém supõe que exista uma força tão avalassadora e poderosamente intensa que nos faça saltar de fé de um lado seguro e conhecido para um desconhecido e misterioso futuro.
Essa Magia, tal e qual nos diz o Profeta, dá-nos a capacidade de sorrir com todo o nosso sorriso e chorar com todo o nosso choro. Intenso. Vai bem lá em cima mas também nos traz bem cá em baixo. Sozinhos no escuro. Não há maior frio do que a solidão consciente.
Maltrata-nos e revira a nossa vida.
Tira-nos o sono, a fome, as cores e a paz.
Faz parte do preço a pagar.
Sem conformismos, sem medos. Audaz e corajoso, cai de onde tiver que cair.
Maldição, por acreditar que uma vez sentida a Magia, pouco mais será necessário além da semente bem plantada no peito de alguém, para a convencer de que não havendo explicação possivel, esse é o maior sentir.
Maldição por acreditar que a Magia chega para o outro lado sentir que nós estamos destinados a ficar juntos devido a uma força maior. E quase ninguém acredita.
Precisam de garantias e de evidências que demonstrem o afecto. Provas de fogo. Mais ainda quando tem um cantinho seguro e previsivel ainda que sem vida.
Mas se a Magia se sente, que mais precisam? Que provas podem exigir que suplantem a semente bem instalada da força universal?
A Magia, tornou-me intolerante ao marasmo. Não fico porque não tenho que ficar. Não oiço porque já passou o tempo de ouvir. Esqueço porque me esqueceram.
Sem fretes, sem esforços para fazer "funcionar" o que não devia tão pouco ter vida.
Sustentado no respeito, cumplicidade, não acredito em relações sem o brilho que vos falo. E portanto, quando é tempo de partir, parto.
Sustentado no respeito, cumplicidade, não acredito em relações sem o brilho que vos falo. E portanto, quando é tempo de partir, parto.
Incompreensivel, para a maioria. Trocar a estabilidade por aquele sentir...por aquele olhar...por aquele sabor e toque de pele. Ou apenas pelo vazio. A Magia sabe o que faz.
Quem tem a Magia consigo sabe. Sabe que ela basta por si própria como força motriz para algo nunca dantes visto.
Não tenho jeito de ladrão, não faz parte de mim sabotar ou minar o que é opção alheia. Não gosto de invadir o espaço de ninguém.
Podia sabotar e minar, criar estratégias e cativar... Mas isso é tudo tão normal.
Sem dote de vendedor, porque haveria de precisar mais do que os sinais do Universo para provar que não haverá coração mais completo, estimulado e apto a crescer, do que o meu com ela a meu lado ?
Faz-me confusão ouvir dizer que não dá. Já existem demasiadas coisas. Passamos por muito juntos. É isso uma relação. Ainda que tristes e já desiludidos.
Que se passa? Que mais precisam? Os sinais estão aqui e acolá. O tempo é curto e urge.
Passo por rebelde inconstante e pirata afectivo.
Errado. Procuro apenas quem sinta a magia como eu. E como qualquer aprendiz, cometi erros. Erros coerentes com aquilo que me proponho: não quero menos que O Amor para a vida inteira.
Não tenho jeito e assumo que nunca percebi nada de relações. Sou um tolo.
Não será fácil, mas se quiser comida mastigada, vou ao MacDonald´s.
Não roubo nem interfiro...
Há quem acredite na Magia e quem viva a Magia. Opções muito diferentes.
E então pergunto... O que será mais importante? Perceber de relações... ou Perceber a Magia?
8 Comments:
At 1:02 da tarde, Anónimo said…
Just perfect ;)
At 9:00 da tarde, Anónimo said…
Dramatizas demais, racionalizas demais, as coisas são bem mais simples, em vez de perderes tempo a escrever perde tempo a agir!
At 12:17 da tarde, Anónimo said…
... Como podes falar em racionalizar?? Nitidamente falamos de um texto de sentir!! E mais, o poeta é um fingidor! :) Da mesma forma que um palhaço arranca sorrisos, ao desenhar com palavras,o poeta desperta emoções, sentimentos e caminhos. Ou estivessemos os dois a falar dele...Eu diria que foi bem conseguido... e aposto que as verdadeiras mensagens andam por ai ocultas no meio daquilo que nós lemos, apenas para uma ou outra pessoa perceber...
At 6:57 da tarde, Anónimo said…
Nitidamente falamos de um texto de sentimentos mas que retratam sentimentos que existem, não foram inventados nem fingidos. Este post é quase como se fosse a página de um diário.
At 7:32 da tarde, Anónimo said…
Essa pode ser a ideia que o autor que passar: de se tratar um diário e de "humanizar" os sentimentos retratados, para que o leitor se identifique. Mas, acho que só mesmo o Bernardo é que pode esclarecer, e acho que ele está nem ai. E por aquilo que conheço dele, não vai estar. Porque é preciso viver muito e sentir muito para depois escrever como ele escreve. Mas, talvez o conheças melhor que eu ou tenhas razão de queixa dessa falta de entrega ou luta. Gostava até de saber.
At 8:02 da tarde, Anónimo said…
O Bernardo não está nem aí e eu também não, apenas comentei o post!
At 12:21 da tarde, Anónimo said…
Página de Diário ou mensagem apenas ...o que fôr ... está muito bem conseguido pois consegue tocar quem lê...passa uma Carga indescritivel...
É essa a intençâo de um verdadeiro Poeta, Fingidor Escitor ou somente a mais pura intençâo ...do Bernardo.
...muito Bom Bernardo!
Cármen Santos Montez
At 4:46 da manhã, Anónimo said…
A DANÇA
Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascender da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo directamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
Pablo Neruda
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