Blue Living - Be water my friend..

...mais do q pessoal, reflexoes sobre a crescente desumanidade social e sobre as nossas lendas pessoais...a minha? o mar!

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Santos Graça

Um Dia despertei, e fugindo dos demónios e dos vicios que larguei, encontrei um lago.
Era plácido e calmo, escuro e sereno. Tal e qual a minha mente.
Vinha caminhando fazia ja tempo, cansado e sem ânimo.
Sem companhia, trazia comigo um fardo pesado, sem uma mão amiga que me guiasse.
Muitas foram as Terras que visitei, sem ter visitado. Mais foram os olhares que cruzei
sem tão pouco ter olhado. E mesmo sem ter usado da palavra, o peso do fardo ia aumentando.
As lágrimas já não corriam, pois tive que as beber durante a viagem. São sinais de dura fraqueza e há que engolir o Mundo, quando nos dão de comer. E convenhamos que comer algo tão intragavel como o Mundo, exige uns bons tragos para ajudar.
As costas já não pediam conforto, pois o esquecimento do calor de uma cama, ajuda a enfrentar a rigidez da jornada.
As palavras? Já nem me atrevia a mexer nelas: de cada vez que tentava ser poupado e económico no autonomo e isolado discurso, mais engaveladas e distorcidas elas se agrupavam.
Algo não estava bem: o vento não soprava, a chuva não caia, os passaros nao cantavam e eu nao sorria.
Parado, assumi a flor de lótus. Fechei os olhos e iniciei a viagem.
O lago ganhou vida, e espelhou a tua cara.
Viajei, deambulei, seguro por uma ancora. E enfrentei o meu maior inimigo. Voltei
Fugi à morte, abracei a vida. E com este abraço, ganhei um novo amor, e um novo tempo
Agora tenho todo o tempo do mundo. Aprendi a amar-me. E finalmente, vou poder amar.

4 Comments:

  • At 1:52 da manhã, Anonymous Isa said…

    É nas maiores tempestades, nas que perdemos o chão..., nas que a vida nos estampa, cruelmente, na cara a "verdadeira verdade"...que aprendemos a dar valor ao que realmente importa nesta nossa passagem...! Só aprendemos assim..!
    Só com amor próprio e perseverança conseguimos nos levantar, caminhar...e desfrutar da beleza que afinal existe..
    O mar...dá-nos tanto..contemplá-lo, em silêncio e de coração aberto, basta...para "ouvir" o que ele nos quer ensinar..
    Se eu não gostar de mim...quem gostará?

     
  • At 9:10 da manhã, Blogger Dina Faria Estassi said…

    Que bom! Um dos mais belos segredos de nos deixarmos ser felizes, é saber amar a nossa unicidade. Só quando sorrimos numa conversa amena conosco, sentimos o gosto bom de amar o que somos... Então podemos caminhar para a grande descoberta de amar os outros... a vida... as crianças... a natureza... porque de repente tudo fica em paz dentro de nós...
    Benvindo ao espaço de nós onde o amor encontra o descanso antes do seu imenso voo no horizonte azul e tranquilo dos dias...

     
  • At 11:25 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Definitivo

    Definitivo, como tudo o que é simples.
    Nossa dor não advém das coisas vividas,
    mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

    Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
    o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
    irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
    do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
    tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
    gostaríamos de ter compartilhado,
    e não compartilhamos.
    Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

    Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
    as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
    amigo, para nadar, para namorar.

    Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
    momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
    angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

    Sofremos não porque nossa equipa perdeu, mas pela euforia sufocada.

    Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
    confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
    todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

    Por que sofremos tanto por amor?
    O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
    pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
    companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

    Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
    verso:

    Se iludindo menos e vivendo mais!!!
    A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
    está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
    na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
    sofrimento,perdemos também a felicidade.

    A dor é inevitável.
    O sofrimento é opcional...kat**

     
  • At 2:21 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Maravilhoso texto (s) Príncipe Sidarta...

     

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