Blue Living - Be water my friend..

...mais do q pessoal, reflexoes sobre a crescente desumanidade social e sobre as nossas lendas pessoais...a minha? o mar!

terça-feira, março 02, 2010

3 de Março

Ontem apetecia-me tanto chorar que de tanto fazer força, em vez de lágrimas sairam gotas de sangue.
Senti-o como desespero quente na cerâmica que se deitava sob a lua cheia.
O vidro do carro nem ousou embaciar, sabendo a importância que o espelho de água tinha naquele momento, naquela hora da cigarra.
Nao era o peso da idade, porque nesta fase dos meus contados dias, já nao faço anos, vou ganhando tempo.
A opressao era tanto maior à medida que descobria que a minha liberdade estava a ser roubada por terceiros, ao segurar-te nas maos tremulas, desafiando-te à vida e à vez, percebi que a minha felicidade também, e a ser suportada num novelo emocional, tal e qual este tempo nublado que teima em nao partir. Maldita tempestade.
O vento ganhou o teu nome, e eu ousei, eu fui audaz e roubei-te um beijo à lua cheia.
Antes brisa, agora rajada forte e inconstante na direcçao, fizeste-te chover para cima de mim. E nao eram gotas de sangue como as minhas, mas agua do mar, viajada e trazida de há muitos, muitos anos para tras.
Percebi o que deveria ter percebido, florescido pela tua humidade: nos teus e nossos dias contados, nao ha que ser complacente com medos... A nossa felicidade é o nosso mundo, a nossa liberdade é a nossa vida, e a nossa vida é o agora... Que sejam nao os terceiros a condicionar o nosso voar, mas sim os primeiros, afinal tu e mais quem nos faz ganhar asas.
Desta vez renasci sim, mas renasci contigo em mim.

1 Comments:

  • At 10:55 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Pedes-me um tempo
    Pra balanço de vida
    Mas eu sou de letras
    Não me sei dividir

    Para mim um balanço
    É mesmo balançar
    Balançar até dar
    Balanço e sair

    Pedes-me um sonho
    Pra fazer de chão
    Mas eu desses não tenho
    Só dos de voar

    Agarras a minha mão
    Com a tua mão
    E prendes-me a dizer
    Que me estás a salvar

    De quê?
    De viver o perigo
    De quê?
    De rasgar o peito
    Com o quê?
    De morrer,
    Mas de que paixão?
    De quê?
    Se o que mata mais
    É não ver
    O que a noite esconde
    E não ter
    Nem sentir o vento ardente
    A soprar o coração

    Prendes o mundo
    Dentro das mãos fechadas
    E o que cabe é pouco
    Mas é tudo o que tens

    Esqueces que às vezes
    Quando falha o chão
    O salto é sem rede
    E tens de abrir as mãos

    Pedes-me um sonho
    Pra juntar os pedaços
    Mas nem tudo o que parte
    Se volta a colar

    E agarras a minha mão
    Com a tua mão
    E prendes-me e dizes-me
    Para te salvar

    De quê?
    De viver o perigo
    De quê?
    De rasgar o peito
    Com o quê?
    De morrer,
    Mas de que paixão?
    De quê?
    se o que mata mais
    É não ver
    O que a noite esconde
    E não ter
    Nem sentir o vento ardente
    A soprar o coração

     

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