3 de Março
Ontem apetecia-me tanto chorar que de tanto fazer força, em vez de lágrimas sairam gotas de sangue.
Senti-o como desespero quente na cerâmica que se deitava sob a lua cheia.
O vidro do carro nem ousou embaciar, sabendo a importância que o espelho de água tinha naquele momento, naquela hora da cigarra.
Nao era o peso da idade, porque nesta fase dos meus contados dias, já nao faço anos, vou ganhando tempo.
A opressao era tanto maior à medida que descobria que a minha liberdade estava a ser roubada por terceiros, ao segurar-te nas maos tremulas, desafiando-te à vida e à vez, percebi que a minha felicidade também, e a ser suportada num novelo emocional, tal e qual este tempo nublado que teima em nao partir. Maldita tempestade.
O vento ganhou o teu nome, e eu ousei, eu fui audaz e roubei-te um beijo à lua cheia.
Antes brisa, agora rajada forte e inconstante na direcçao, fizeste-te chover para cima de mim. E nao eram gotas de sangue como as minhas, mas agua do mar, viajada e trazida de há muitos, muitos anos para tras.
Percebi o que deveria ter percebido, florescido pela tua humidade: nos teus e nossos dias contados, nao ha que ser complacente com medos... A nossa felicidade é o nosso mundo, a nossa liberdade é a nossa vida, e a nossa vida é o agora... Que sejam nao os terceiros a condicionar o nosso voar, mas sim os primeiros, afinal tu e mais quem nos faz ganhar asas.
Desta vez renasci sim, mas renasci contigo em mim.
Senti-o como desespero quente na cerâmica que se deitava sob a lua cheia.
O vidro do carro nem ousou embaciar, sabendo a importância que o espelho de água tinha naquele momento, naquela hora da cigarra.
Nao era o peso da idade, porque nesta fase dos meus contados dias, já nao faço anos, vou ganhando tempo.
A opressao era tanto maior à medida que descobria que a minha liberdade estava a ser roubada por terceiros, ao segurar-te nas maos tremulas, desafiando-te à vida e à vez, percebi que a minha felicidade também, e a ser suportada num novelo emocional, tal e qual este tempo nublado que teima em nao partir. Maldita tempestade.
O vento ganhou o teu nome, e eu ousei, eu fui audaz e roubei-te um beijo à lua cheia.
Antes brisa, agora rajada forte e inconstante na direcçao, fizeste-te chover para cima de mim. E nao eram gotas de sangue como as minhas, mas agua do mar, viajada e trazida de há muitos, muitos anos para tras.
Percebi o que deveria ter percebido, florescido pela tua humidade: nos teus e nossos dias contados, nao ha que ser complacente com medos... A nossa felicidade é o nosso mundo, a nossa liberdade é a nossa vida, e a nossa vida é o agora... Que sejam nao os terceiros a condicionar o nosso voar, mas sim os primeiros, afinal tu e mais quem nos faz ganhar asas.
Desta vez renasci sim, mas renasci contigo em mim.
1 Comments:
At 10:55 da manhã, Anónimo said…
Pedes-me um tempo
Pra balanço de vida
Mas eu sou de letras
Não me sei dividir
Para mim um balanço
É mesmo balançar
Balançar até dar
Balanço e sair
Pedes-me um sonho
Pra fazer de chão
Mas eu desses não tenho
Só dos de voar
Agarras a minha mão
Com a tua mão
E prendes-me a dizer
Que me estás a salvar
De quê?
De viver o perigo
De quê?
De rasgar o peito
Com o quê?
De morrer,
Mas de que paixão?
De quê?
Se o que mata mais
É não ver
O que a noite esconde
E não ter
Nem sentir o vento ardente
A soprar o coração
Prendes o mundo
Dentro das mãos fechadas
E o que cabe é pouco
Mas é tudo o que tens
Esqueces que às vezes
Quando falha o chão
O salto é sem rede
E tens de abrir as mãos
Pedes-me um sonho
Pra juntar os pedaços
Mas nem tudo o que parte
Se volta a colar
E agarras a minha mão
Com a tua mão
E prendes-me e dizes-me
Para te salvar
De quê?
De viver o perigo
De quê?
De rasgar o peito
Com o quê?
De morrer,
Mas de que paixão?
De quê?
se o que mata mais
É não ver
O que a noite esconde
E não ter
Nem sentir o vento ardente
A soprar o coração
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